quarta-feira, 15 de maio de 2013

Samba - o verdadeiro





O Samba e seu batuque inconfundível tem raízes africanas, mas surgiu no Brasil . O ritmo envolvente possui características como a dança solta, frases curtas e melódicas e refrões fáceis de gravar. Temos como exemplo até hoje as rodas de samba espalhadas pela Cidade. 

Esse ritmo chegou na Antiga Guanabara com os escravos trazidos da África que se instalaram aqui na época do Império, metade do século XIX. Hoje o ritmo é  considerado a maior manifestação cultural popular do país!

O samba nasceu no final do século XIX e as primeiras décadas do século  XX, na  Antiga Capital, Rio de Janeiro, com uma dança e expressão de um povo que veio do outro lado do oceano, os escravos libertos. O samba incorpora a mistura do maxixe, polca, lundu, xote, entre outros, adquirindo mesmo assim um caráter único no meio de tantos ritmos. 
O ritmo carioca que todos conhecem ganhou o país por volta de 1930, como identidade nacional brasileira. Tendo como marco inicial a gravação do primeiro single de samba "pelo telefone ", de autoria  de Ernesto Santos, conhecido como Donga. tal música foi composta em uma das festas da casa da tia Ciata.
A partir desse momento, o samba de terreiros e quintais da Cidade começaram a se difundir pelo país, inicialmente associado ao Carnaval. Surgiram muitos compositores ao longo dos anos como: Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Pixinxinha e Sinhô, conhecidos como samba-maxixe.
Os contornos finais do samba somente apareceram no final de 1920, com inovações de dois grupos de compositores entre Estácio de Sá e Oswaldo Cruz, juntamente com os compositores de morro como em Mangueira, Salgueiro e São Carlos, esses sim conhecidos como samba de raiz.
. A medida que o samba na Antiga Guanabara se  consolidava começou a passar em larga escala nos rádios, espalhando pelo morro carioca e bairros da zona sul desta cidade. 

 Inicialmente criminalizado e ainda visto com preconceito, por suas origens negras, o samba conquista todos os públicos!

A partir do início do século XX, esse ritmo começa a ser tocado com instrumentos como o de corda - cavaquinho e violão, percussão - pandeiro, surdo e tamborim e trombones e trompetes - influencia do choro.

Tal gênero musical criado nessa terra maravilhosa, é conhecido e expressado em diversos estados como: Bahia, Maranhão. Minas Gerais e São Paulo - mas o único lugar que se originou o batuque, o samba como um gênero musical e entendido como uma expressão urbana foi o nosso Rio de Janeiro.


Choro - o primeiro ritmo carioca


A história do Choro provavelmente começa em 1808, ano em que a Familia Real chegou ao Brasil.

Com a chegada da corte vieram os instrumentos de origem européia como o piano, clarinete, violão, saxofone, bandolim e cavaquinho além das músicas de dança de salão européias, como a valsa, quadrilha, mazurca, modinha, minueto, xote e a polca, que viraram moda dos bailes daquela época.

A reforma urbana em 1850 , os instrumentos e as músicas estrangeiras, junto com a abolição do tráfico de escravos , deu origem ao surgimento do Choro, já que com tantas reformas ocorridas no país possibilitou o surgimento de uma nova classe social, chamada de classe média, que era composta naquela época por funcionários públicos, instrumentistas de bandas militares e pequenos comerciantes, geralmente de origem negra, nos subúrbios do Rio de Janeiro.

As pessoas sem muito compromisso, passaram a se encontrarem e a formar conjuntos para tocar músicas de "ouvido", que junto com alguns ritmos africanos já enraizados na cultura brasileira, como por exemplo o batuque e o lundu passaram a ser tocadas de maneira mais brasileira pelos músicos que foram então batizados de chorões.

Não há uma data para o surgimento de um gênero musical. Um dos músicos que se destacou foi o flautista Joaquim Antonio da Silva Calado, surgido por volta de 1870, ficando conhecido como "O Choro de Calado". Desse modo, Joaquim Calado é considerado um dos criadores do Choro, ou pelo menos um dos principais colaboradores para o surgimento do gênero.

O Choro, era considerado uma maneira mais emotiva ou chorosa de se interpretar as músicas, porém aos poucos a música gerada sob o improviso dos chorões foi perdendo as características dos seus países de origem e os conjuntos de choro proliferaram na cidade. No final do século XIX e início do século XX os instrumentos de sopro e cordas, como o bandolim, o clarinete, o oficlide e flautim foram incorporados aos conjuntos e utilizados também pelos solistas.

As primeiras composições de Choro com características próprias foram compostas por Joaquim Calado, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros e Erneto Nazareth. Porém, o Choro só começou a ser considerado como gênero musical na primeira década do século XX.



A Antiga Guanabara não é só formada por paisagens lindas, monumentos históricos, histórias de reis e rainhas e de seus plebeus. O Rio é também conhecido pelos seus ritmos que ganharam o mundo!

Para muitos que não conhecem ou só ouviram falar, o chorinho foi o primeiro dos ritmos criados nessa terra abençoada, também temos o samba que hoje é o maior show da terra e a bossa nova com seus inúmeros compositores que mais tarde vamos falar das histórias de cada um deles. 

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Zona Sul


É uma região localizada entre o Maciço da Tijuca, o Oceano Atlântico e a Baía de Guanabara. Composta pelos bairros que se localizam na orla Atlântica: São Conrado, Vidigal, Leblon, Ipanema, Copacabana e Leme. Há também os bairros de Botafogo, Flamengo, Urca e Glória, que se situam na orla da Baía de Guanabara, além dos bairros interiores como, a Lagoa, Jardim Botânico, Gávea, Humaitá, Cosme Velho, Catete e Laranjeiras.

Na região se encontra as principais praias e hotéis da Cidade do Rio de Janeiro, além da Lagoa Rodrigo de Freitas, o parque da Tijuca, o Pão de Açucar com o teleférico, o Corcovado, no qual se localiza a estátua do Cristo Redentor, bem como outras maravilhas. É a considerada a região mais nobre e mais rica da capital.

Botafogo

Botafogo é um bairro de classe média alta da Zonal Sul da Cidade Maravilhosa, com cerca de 150 mil habitantes, é muito conhecido pela Enseada de Botafogo, com uma bela vista do morro do Pão de Açucar.

É conhecido no Rio de Janeiro como o bairro das escolas ou das clínicas - devido a grande presença destes estabelecimentos. Muitos dos morados chamam esse bairro de " bairro de passagem", por seus túneis que ligam Copacabana as pistas do Aterro do Flamengo e ao centro da cidade.

A história deste bairro tão nobre se confunde com a história da própria cidade do Rio de Janeiro em 1565. O Rio de Janeiro começou no morro Cara de Cão, onde hoje é a fortaleza de São João. Quatro meses depois da fundação da cidade, Estácio de Sá resolveu colocar limites na cidade, como era costume na época ele doou as terras para seu amigo Francisco Velho, que também fez parte da fundação dessa cidade.

Mas o bairro acabou sendo batizado em 1590, quando o Antonio Francisco Velho vendeu suas terras para o terceiro dono João Pereira de Souza, conhecido como " Botafogo" - apelido este que atribuiu quando era chefe de artilharia do Galeão de Botafogo.

A chegada da Corte em 1808, mudou a vida e a história da cidade e com isso, mudou também a situação do bairro de Botafogo: de bairro rural, transformou o local preferido dos nobres e também dos comerciantes ingleses que procuravam Botafogo para fixar suas residências.

Na primeira metade do século XIX, que as ruas começaram a definir os contornos do bairro. Antes , Botafogo tinha apenas uma rua o Caminho do Berquó, hoje atual Rua General Polidoro, o Caminho de Copacabana - atual Rua da Passagem, a Praia de Botafogo e a São Clemente, ambas cortando o bairro.

O local mais nobre na época era a Rua São Clemente, onde moravam os barões do café, já a Rua Voluntários residiam pequenos nobres comerciantes.

Em 1850, surgiram as Ruas Dona Mariana, Sorocaba e Delfim, hoje atual Paulo Barreto em homenagem ao escritor João do Rio. Também tinha a rua do "Lá vai um", que era a Venceslau Brás, chamada assim porque ficava justamente entre o Hospício Pedro II, hoje onde funciona a UFRJ

Em 1852, o Cemitério São João Batista é considerado um marco na história do Rio de Janeiro. Foi um dos primeiros cemitérios sem distinção de classes. Ali foram enterradas inúmeras personalidades brasileiras, como Tom Jobim, Roberto Marinho, Carmen Miranda, Santos Dumont, Machado de Assis, Heitor Villa - Lobos e Zuzu Angel.

Em 1892 foi erguida na Praia de Botafogo a Igreja da Imaculada Conceição do Sagrado Coração de Jesus com suas torres em estilo gótico.

Hoje o bairro de Botafogo que era local de nobres até 1900, também passou a ser habitado por operários, artesãos, funcionários públicos e militares, comerciantes e profissionais liberais. Ao invés dos enormes casarões, as habitações tornaram coletivas.

Logo a história de Botafogo é baseado pela história de suas ruas, praças, avenidas e espaços habitados seja pela natureza pública ou privada, ricos e pobres, eruditos ou populares, esse bairro se tornou de todos.

O que antes a nobreza desfrutava, hoje pertence à todos!


domingo, 13 de junho de 2010

Arcos da Lapa


Mais conhecido com o berço da boemia, o bairro da Lapa é famoso também pela sua arquitetura, ao começar pelos Arcos da Lapa.

Os arcos da Lapa é considerado a obra arquitetônica com maior importância do Rio Antigo, com estilo romano e construído para ser um aqueduto na época colonial em 1723, tendo com objetivo conduzir a água do rio Carioca, onde hoje é o bairro de Santa Teresa para o Morro de Santo Antonio. Assim ajudaria a resolver o problema da falta d'água na cidade.

Os primeiros passos, ou estudos para a construção dessa obra que se matem até hoje começou em 1602, com a determinação do então governador da Capitania Matim Correia de Sá. Em 1624, um contrato foi firmado para a construção, mas não chegou a ser executado. Em 1660 apenas 600 braças de canos tinham sido assentadas, só em 1706, durante o governo de D. Fernando Martins.

Em 1718, durante o comando de Antonio Brito, iniciou as obras de instalação dos canos d'água através da antiga Rua dos Barbonos ( atual Evaristo da Veiga ). Durante o governo de Aires Saldanha, em 1720 o encanamento alcançava o Campo da Ajuda ( atual Cinelândia ), foi o mesmo governando que alterou o projeto , para o qual estendia os encanamentos até o Morro de Santo Antonio ( atual Largo da Carioca ), chamando de Arcos Velhos - que já havia dado início a um século atrás. O modelo dos Arcos foi inspirados no Aqueduto das Águas Livres, Lisboa em 1723.

As medidas dos arcos tem: 17,6 metros de altura, 270 metros de extensão e 42 arcos que ligam Santa Teresa ao Morro de Santo Antonio.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Favela


As favelas... Um grande mal da cidade maravilhosa, enfim, temos que ter alguns defeitos também!

A palavra Favela significa área degradada de uma determinada cidade caracterizada por moradias precárias, falta de infraestrutura e sem regularização fundiária.

A formação das favelas no Rio de Janeiro está ligada ao término do período escravagista no final do século XIX. Sem terra e sem trabalho a grande parte dos escravos libertos deslocaram-se para o Rio de Janeiro, na época Capital Federal, que já possuia uma grande quantidade de ex-escravos mesmo antes da Lei Áurea em 1808. Em busca de moradia e ainda sem acesso as terras, provocou uma ocupação informal nos locais desvalorizados.

As reformas urbanas feitas pelo então prefeito Pereira Passos entre 1902 e 1906, período conhecido como " Bota - abaixo", destruíram cerca de 1.600 velhos prédios de habitações coletivas, conhecida como cortiços que existia na área central do Rio de Janeiro. Assim essas pessoas foram expulsas para a periferia da cidade, nos morros. Data-se que a primeira favela surgiu com a chegada da corte portuguesa ao Brasil por volta de 1808.

Tendo que esvaziar e criar espaço para as pessoas que vieram com a corte, muitas casas foram desocupadas e as pessoas que nelas residiam tiveram que se mudar.
Agora para onde?

Então... sem lugar nenhum e com poucos recursos as pessoas desalojadas começaram a construir casas no Morro da Providência - esse mesmo atrás da Central do Brasil, conhecido atualmente como a Provi.

Atualmente temos em torno de 1.3 milhão de pessoas morando em 750 favelas espalhadas pela cidade do Rio de Janeiro. Nos anos 60 começou a surgir gradualmente moradores nas favelas da Rocinha e Maré, hoje são mais de 150 mil habitantes.